«Mishima teve a grande sorte e o luxo de poder reunir num só gesto a sua concepção do suicídio e a ideia, mais elevada, de servir o país. O seu lado artista, não duvidemos, é que decidiu o melhor uso a dar àquela morte. Por horrível que entre nós pareça — como de resto entre muitos japoneses — não se lhe pode negar uma sombra de nobreza. Quem vai atrever-se a dizer que que foi obra de louco, ou mesmo de homem com espírito momentaneamente perturbado? Qualquer que tenha sido o nosso choque com o suicídio de Hemingway, a verdade é que nos afectou de outra forma ao ser consumado assim, com um cano de espingarda na boca para dar cabo dos miolos.» 

Henry Miller, in "Reflexões sobre a morte de Mishima" & etc, 1983
trad. Aníbal Fernandes

4 comentários:

Anónimo disse...

E a sequência continua com Yukio Mishima, «Genet», seguido de «O Condenado à Morte» de Jean Genet, traduzido pelo Aníbal Fernandes para a Hiena.
Tem? Arranja-se, para equilibrar o nosso "prato da balança" com «O Senhor Teste» e «A Faca» :)

miguel. disse...

Olá Fallorca, tenho esse livro e até cheguei a ter duas edições, houve um segunda edição desse livro na Hiena, mas de momento só tenho mesmo uma, a outra foi oferecida a um amigo...
não é um livro difícil de arranjar, o alfa que costuma estar aos sábados junto da Bertrand Chiado, creio que esse alfa até é o editor da hiena, costuma ter sempre esse livro, a minha foi comprada lá, mas depois arranjei outra, a primeira edição, na biblioteca Lázaro ... ;)
caso não arranje vou ver se lhe consigo arranjar...
abraço
H.M.C.

Anónimo disse...

Confusão, Miguel. Tenho, admiti é que não tivesse e queria equilibrar o "nosso prato da balança".
Obg, na mesma

miguel. disse...

ups... fiz mesmo confusão... agora que li bem o post é que percebi.

:)

abraço