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Sem dúvida, a pseudonecessidade imposta no consumo moderno não pode ser oposta a nenhuma necessidade ou desejo autêntico, que não seja, ele próprio, modelado pela sociedade e a sua história. Mas a mercadoria abundante está lá como a ruptura absoluta de um desenvolvimento orgânico nas necessidades sociais. A sua acumulação mecânica liberta um artificial ilimitado, perante o qual o desejo vivo fica desarmado. A potência cumulativa de um artificial independente conduz, em toda a parte, à falsificação da vida social.

Guy Debord, in "A sociedade do espectáculo" edições antipáticas, 2005
trad. Francisco Alves e Afonso Monteiro

1 comentário:

Ana Cristina Leonardo disse...

este livro dava para, só ele, criar um blogue