Trazias no peito a ferrugem líquida dos relógios. Arrancava-te as horas como pregos. Depois ficávamos deitados a observar os animais brancos.

Não sabíamos nada. Não tínhamos nada.

Apenas soprávamos a cana da loucura — e tremíamos.


Vasco Gato, in "A prisão e paixão de Egon Schiele" & etc, 2005
pint. Egon Schiele

1 comentário:

ana marta disse...

"não sabíamos nada. não tinhamos nada"

mas vivemos um presente maior!

<3