«De diversos modos referência inevitável dos surrealistas, seu confessado precursor, o Pessoa plural, como temos que o aceitar, sondador também ele das zonas rarefeitas e abissais, mas por via da divisão e da multiplicação, não podia deixar de constituir um desafio para os seguidores portugueses de Breton, na sua aspiração à unidade tendo de defrontar-se com um «escândalo», com um «monstro», ao mesmo tempo motivo de fascínio e de edipiana rejeição — figura tutelar que, afinal, terá ajudado a abrir, quiçá com um esfíngico sorriso do Além-túmulo, os caminhos da convulsiva aventura surrealista entre nós.»
Fernando J. B. Martinho, in "Pessoa e os surrealistas" hiena, 1988
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