«Deus era, é, nunca há-de ser mais do que o Imóvel.
Deus é o Imóvel porque ocupa todo o tempo e todo o espaço e não tem, por isto, que mover-se num e noutro.
É aquele que não tem tesão nenhum e convence os entesoados mais feros a deixar de tê-lo.
Pelo êxtase de sentir que somos feitos à imagem do Imóvel, quem não renuncia a pés e patas, ao que lhe põe num sobressalto o entrepatas?
Saber de vez naquilo em que ficamos, como ficamos, onde ficamos, é a fé.
E a fé é a fé de vez.
Quanto ao corpo, que importa o que nele sai ou se esforça para receber ou chegar a outros seres.
A carne não passa de receptáculo do eterno princípio da alma.»
René Crevel, in “Filhas do vento” & etc, 1984
trad. Aníbal Fernandes
Deus é o Imóvel porque ocupa todo o tempo e todo o espaço e não tem, por isto, que mover-se num e noutro.
É aquele que não tem tesão nenhum e convence os entesoados mais feros a deixar de tê-lo.
Pelo êxtase de sentir que somos feitos à imagem do Imóvel, quem não renuncia a pés e patas, ao que lhe põe num sobressalto o entrepatas?
Saber de vez naquilo em que ficamos, como ficamos, onde ficamos, é a fé.
E a fé é a fé de vez.
Quanto ao corpo, que importa o que nele sai ou se esforça para receber ou chegar a outros seres.
A carne não passa de receptáculo do eterno princípio da alma.»
René Crevel, in “Filhas do vento” & etc, 1984
trad. Aníbal Fernandes
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