A VIAGEM
Espantosos viajantes! que nobres histórias
Lemos nos vossos olhos fundos como os mares!
Mostrai-nos os escrínios das ricas memórias,
Jóias maravilhosas, feitas de éteres e astros.
Nós queremos viajar sem vapor e sem vela!
Para alegrar o tédio das nossas prisões,
fazei plas nossas almas, rígidas qual tela,
Passar os horizontes das recordações.
Dizei, que coisas vistes?
Charles Baudelaire, in "As flores do mal" assírio & alvim, 1996
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