James Whale [ The Invisible Man ] 1933
Leio mais umas páginas do "Doutor Pasavento" e, como em todos livros de Vila-Matas, acabo por ficar a pensar na associação de ideias e casos curiosos que são mencionados ao longo das suas narrativas. Pensei então em Robert Walser que, tal como Friedrich Hölderlin, decidira passar os seus últimos 23 anos internado num manicómio, por opção. Ora, para os seguidores de Vila-Matas, é sabido que Walser era um dos famosos Bartlleby's na obra do catalão "Bartlleby & Companhia". Ao pensar em Walser e na sua decisão de isolar-se do resto do mundo e deixar de escrever, passando então a ser quase um homem invisível, vem-me à ideia a adaptação que João César Monteiro fez da sua "Branca de Neve" e no cartaz que o realizador escolheu para aquele filme — a imagem de um corpo caido na neve. Será o corpo de Walser? Apenas uma coincidência?
Walser morre em 1956, no dia de Natal, num dos seus passeios solitários, tendo acabado por cair inerte na neve branca...
Um pensamento levou-me a outro e a primeira imagem que me ocorreu foi o final de "O Homem Invisível" de James Whale (1933), em que vimos o corpo de Claude Rains (Homem Invisível) surgir na neve branca, única cura possível para o seu mal, a invisibilidade.
No fundo tudo não passa de uma associação de ideias. Certo é que comecei o meu serão a ler um livro e acabo a rever um filme.
1 comentário:
E o cadaver estendido na neve é de facto o de Robert Walser.
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