Jogos para adiar a morte

Descobrir em outro
a palavra precisa,
a desolada matéria do sonho,
imóvel, fixa sobre o papel.
Palavra que nomeia fantasmas
mas também labaredas da vida
e -ao fundo- o eco do mar,
a sua perdurável presença momentânea,
ondas e horas, sílabas e símbolos-
Tudo o que nos resta, tudo e nada:
jogos para adiar a morte.


Juan Luis Panero

imagem de Maggie Taylor

4 comentários:

Unknown disse...

Este espaço fascina-me e venho aqui em busca não só do prazer das cores como...isso sim...do sentido multifacetado das letras.Caro Miguel...sobre a morte falaremos um destes dias...é coisa muito séria...mas ainda assim...divertida.

Cumprimentos

lebredoarrozal disse...

belo:)

Sílvia Alves disse...

belíssimo poema... e a grande Maggie!
Juan Luis Panero - dás-me indicações de onde posso encontrar?

miguel. disse...

é realmente muito bonito...

existe na relógio d'água uma edição muito boa que reune os seus poemas, basta procurar por "poemas" Juan Luis Panero

:)