Fala agora, antes que seja tarde, e depois espera continuar a falar até que não haja mais nada para dizer. Afinal de contas, o tempo está-se a esgotar. Talvez não seja pior pores de lado por agora as tuas histórias e tentares passar em revista o que foi para ti viver dentro deste corpo desde o primeiro dia de que tens memória de estar vivo até ao dia de hoje. Um catálogo de dados sensoriais. Aquilo a que se poderia chamar uma fenomenologia da respiração.

Paul Auster, in “diário de Inverno” asa, 2012
trad.Francisco Agarez

1 comentário:

fallorca disse...

Já cá canta, com uma generosa «gaiola de gralhas».
Na ficha do livro ou ignoraram o nome do revisor ou não existiu; o que é pena