De tanto te imaginar, de olhos fechados,
sei lá se te perdi!
E se esta sombra com quem voo nos telhados
és tu em vez de ti.

Só sei que quando vieres, real,
a cheirar a pele e a punhal,
com entranhas e caveira...

...terei de coser a tua sombra à minha,
atar o rio à Nuvem da tardinha,
a labareda ao fumo da fogueira.


José Gomes Ferreira, in "Poesia IV" portugália, 1970

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