Com uma elevadíssima dose de originalidade e sentido de humor, Tomi Ungerer transforma uma enorme serpente num fiel animal de estimação de uma adorável velhinha. “Crictor” resulta da insólita mescla entre o exotismo africano e o refinamento da antiquada sociedade francesa, aqui tratada com ironia e de forma surrealista. Este laureado clássico de 1963 mantém ainda todo o seu vigor, e frescura também, para continuar a cativar novas gerações de leitores.
Longe de aterrorizar, Crictor é uma jiboia dócil que Ungerer humaniza e descontextualiza, chegando a extremos surpreendentes, visíveis no detalhe das ilustrações, salpicadas de suaves tons verdes: desde vesti-la até pô-la a frequentar a escola, e inclusivamente levá-la a ir tomar um refresco ou a passear num parque cheio de neve… No final, será um ato heroico que a transformará numa personagem célebre e admirada por toda a cidade. Com um pouco de imaginação, trata-se aqui de um forte candidato ao título de “melhor amigo do homem”
Tomi Ungerer "Crictor" kalandraka, 2011
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