NOCTURNO DE LISBOA
Pela noite adiante, com a morte na algibeira,
cada homem procura um rio para dormir,
e com os pés na lua ou num grão de areia
enrola-se no sono que lhe quer fugir.
Cada sonho morre às mãos doutro sonho.
Dez-réis de amor foram gastos a esperar.
O céu que nos promete um anjo bêbado
é um colchão sujo num quinto andar.
Eugénio de Andrade
ilust. Gérard Dubois
2 comentários:
Ha muito freqüento seu blog, mas só deu-me coragem de manifestar-me.
Gostei demais dessa frase: "O céu que nos promete um anjo bêbado
é um colchão sujo num quinto andar".
Parabéns.
...vim por idicação do ranzinza e achei ótimo aqui!!!
Alexandre Costa
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