O teu nome é um vocábulo
de amor, uma carícia
que a língua desenvolve.
Não o posso pronunciar
em voz alta
quando não estou só. As
respirações alheias
corrompem: poderia
dissolver-se no vento,
fragmentar-se
perder
o seu mistério indecifrável,
desviar
a flecha do seu alvo.
Pronuncio-o eliminando
o som, das duas sílabas
que rolam no meu corpo,
abrem os poros e,
pelos olhos,
enviam a mensagem necessária
ao suporte de Outubro.
Tudo canta, rodeando o silêncio,
a ligeira brisa que perfuma
as letras
quando passas a porta
e o teu sorriso doce
avança para mim
A garganta abre-se,
as sílabas esvoaçam, transformam
o espaço em música,
os acordes da água:
o meu corpo é agora um piano
onde a alegria abre
a felicidade, as suas asas.
Egito Gonçalves, in "A ferida amável" campo das letras, 2000
ilust. Alberto Vargas
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4 comentários:
Que delícia de poesia!
Para nem falar dos «caça rapazes» que a moça ajeitou com brilhantina, fiufiu...
(VP: «demem», onde já ouvi isto?)
Belo poema :)
www.captiveofmynegativity.blogspot.com
q poesia poreta
ou a porra
ad verbinus
abs,
Gustavo
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