BATATAS. PESCOÇO. SALSA. ETC.
à mesa do restaurante a facilidade da revolução com granadas nos pratos. o Fagundes exaltou-se e empurrou a roupa: todo sujo de nomes decorado de sustos. alguém gritou: a sopa está acesa e o estilo do universo não presta. o povo que diga. o povo que meta. entretanto
o Juca empernava com a Micas por baixo da mesa e bebia mais nuvens com cornos no copo. talvez mais manteiga. talvez mais pimenta. a Micas que diga. a Micas que meta. talvez mais salada. talvez mais armas. depois ela ardia uma sacana na testa.
a fome era muita. a revolução incerta. e repetimos as batatas e a maldade da metralhadora muito quente na travessa. e a gente insistia. o povo que diga. o povo que meta. então
pedimos uma guerrilha com azeitonas e cegas luas em lata. acerta altura
comi um país na ponta do garfo. porra era fácil e havia o direito! mas não quis mais santos decapitados nem assombros de vacas. em seguida
contei o meu tempero da revolução à malta. e pus o paraíso no pescoço cortado para não me sujar no retrato.
o povo que diga. o povo que meta.
E HAVIA OS BOIS DA BATALHA DE ALJUBEARROTA COM A MÃE SATISFACTA À JANELA MORTA E O GAJO PATRIÓTICU SEMPRE A DESPIR A NOIVA SANTA. CLARO QUE TAMBÉM A MALTA COM OUTRA BANDEIRA DA PÁ!TRIA E O GRI GRI DO ASPIRADOR A CATAGRUAR A GRETA.
pronto: fiquei eterno de camisa e suspeito de salsa.
António Aragão, in "PÁTRIA. COUVES. DEUS. ETC." & etc, 1982
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
por postares o aragao
ja mereces este e o outro mundo
e quiseres electrografias dele
diz-me.
Enviar um comentário