ACORDAR TARDE
tocas as flores murchas que alguém te ofereceu
quando o rio parou de correr e a noite
foi tão luminosa quanto a mota que falhou
a curva - e o serviço postal não funcionou
no dia seguinte
procuras ávido aquilo que o mar não devorou
e passas a língua na cola dos selos lambidos
por assassinos - e a tua mão segurando a faca
cujo gume possui a fatalidade do sangue contaminado
dos amantes ocasionais - nada a fazer
irás sozinho vida dentro
os braços estendidos como se entrasses na água
o corpo num arco de pedra tenso simulando
a casa
onde me abrigo do mortal brilho do meio-dia
Al Berto, in "Horto de Incêndio" assírio & alvim, 1997
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7 comentários:
Al Berto em versão de querubim de Sines. Bons tempos e melhores ganzas :P
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esta fotografia está linda. mesmo.
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e as palavras comovem como se fossem lidas pela primeira vez. sempre.
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o menino ama?ou chora?pela maça.É pecado comer a maça ou nao
Esse gajo tinha talento pra dar e vender:
http://hipocrisiasindigenas.blogspot.com/2008/11/lisboa.html
Saúde,
Al Berto...Para sempre.
Foto fantástica
uma perfeição.*
http://virtualiaomanifesto.blogspot.com/2008/02/al-berto.html
que bela criatura na foto :)
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