A CHUVA
Toda a noite o som tinha
voltado de novo,
e de novo cai
esta chuva persistente, mansa.
O que eu sou para mim
tem de ser recordado
e insisto
tanto? É que
nunca o repouso,
mesmo a dureza,
de chuva caindo
terá para mim
algo mais do que isto,
algo não tão insistente —
terei de ser encerrado nesta
inquietação final?
Amor, se me amas,
deita-te a meu lado.
Sê para mim, como chuva,
a fuga
ao cansaço, à fatuidade, à semi-
luxúria da indiferença intencional.
Molha-te
com uma felicidade decente.
Robert Creeley, in "Antologia da Novíssima Poesia Norte Americana" futura, 1973
trad. Manuel Seabra
foto. Elsa Dorfman
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5 comentários:
é lindo este poema
sempre boa poesia por aqui:)
se calhar é o melhor blog de poesia em portugal.
qd apareces la pelo texto-al?
tas em q cidade?
abraço
Tiago
Um bom poema.
um poema belo
Olá Tiago,
estou em Portimão, vou ter férias brevemente... talvez seja uma boa altura para dar um salto a Faro e visitar a Texto-al
abraço
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