À TUA ESPERA
Estou à tua espera
De esse outro
Que me consome
Que me enche de sonho
E controvérsia.
O outro é TU-EU
Paradoxal oxímoro
Impossibilidade ansiosa.
Amar é uma tempestade de areia
Uma bruma vítrea
Não menos que Penélope
Espero
Vagarosa e muda
Em minhas tarefas.
OCUPO-ME DE TI
Ocupo-me de
É certo:
Ocupas-me espaço
Preocupas-me.
Pões em minha mente
Afirmações infinitamente lidas
No espaço dos lábios.
Lugar intermédio
Entre o Éden e o seu contrário
O corpo mudamente fala
Ocupando um espaço infinito
Mas tudo está previamente ocupado
Pelo espaço
Incolor e nímio da tua ausência.
O IMPORTANTE
Quando te procurei
Estaria por acaso a verdade à minha espera?
O amor ocorre num espaço flutuante
Num exíguo lugar-nenhum
E o sonho é matéria incerta
Mestre na arte da fuga.
Ana Hatherly, in "A Neo-Penélope" & etc, 2007
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