PERDA
No poroso branco das lajes
da limpa escada de pedra
sobre o abismo feliz
das claridades eternas
cada passo
perde
lentamente
a esperança de ser o último
A obra sem peso
da minha paciência
corre sobre a terra
constrói o silêncio
onde tu te anuncias
No reflexo das horas
como uma imagem de vidro
onde só vejo
a luz do vento
eu sei que a cor do mundo
está perdida
Ernesto Sampaio, in "Feriados Nacionais" fenda, 1999
imagem de Selçuk Demirel
1 comentário:
brilhante imagem e brilhante poema.
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