É preciso que se compreenda que toda a inteligência não é mais que uma vasta eventualidade, e que se pode perdê-la, não como o alienado que está morto, mas um vivo que está na vida, e que sente em si a atracção e o sopro dela (da inteligência, não da vida).
As titilações da inteligência e esse brusco derrubar das partes.
As palavras a meio caminho da inteligência.
Essa possibilidade de pensar em recuo, e de invectivar de súbito o seu pensamento.
Esse dialogo no pensamento.
A absorção, a ruptura de tudo.
E de repente, esse fio de água sobre um vulcão, a queda ténue e retardada do espírito.


Antonin Artaud, in "O pesa-nervos" hiena, 1991

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