![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3Jqk_Ik6-5XV-hyQ_sP-vdqfyJXSjNyxA5BZ69h1evlJFIxZqeoTGI1Min9JPxH8Ob7YxiBwC0kKudDpnFVWtdiqwKALV0flZJwil59_e4RfOB4Y50LCyC5nkrL3TMFT_8aGK/s400/+appolinaire.jpg)
O ASSASSINO
Cada manhã quando me levanto
Uma mulher ergue-se diante de mim
Parece-se com tudo o que ontem
Soube do universo
No dia anterior penetrei
Nessa cabeleira
Bosque profundo e escuro
Onde crescem e se entrelaçam
Os ramos dos meus pensamentos
E na fábrica do rosto
Oh minha inimiga matinal
Fundiam-se e trabalhavam-se ontem
Todos os metais das minhas palavras
E nos seus punhos cerrados
Massas brutais de ferro
Reconheço reconheço
O martelo-pilão
Da minha vontade
Guillaume Apollinaire, in "O século das nuvens" assírio & alvim, 2007
2 comentários:
desta vez gosto tanto do poema como do boneco. um abraço
Miguel, quem és e por onde andas?
És um moço intrigante.
Enviar um comentário