TÉDIO
Já perdi a conta aos meses
Dezembro? Janeiro? Maio?
Batem-me à porta por vezes.
Não saio. Finjo que saio.
Mas regresso à velha mesa
Por vício? Não: por enlevo.
Filho da própria incerteza
Escrevo, finjo que escrevo.
Que dia é hoje? Sei lá!
O sinal da cruz diz: mais.
E uma hora quando é má
Diz que as outras são iguais.
Pedro Homem de Mello, in "eu, poeta e tu, cidade" quasi, 2007
imagem de Gérad Dubois
Sem comentários:
Enviar um comentário