ANTI-CORPOS

Nada é tudo como estava.
Os meus mapas de anti-corpos.
Como um lenço triste a abarrotar
De nomes.
Nomes dialogantes sangrando ao contrário.

Nada é o corpo aqui.
A casa como uma sugestão de ar,
Puxada para dentro.

Tenho medo de me recordar,
Quando os dias falam assim,
Tão baixo, que parecem reais.
Porque há dias que também me acontecem
Como espelhos improváveis.
Como quem sofre pela porta.

Mas encontrar-me-ás em alguns nomes,
Longe daqui,
Por países de um dia.

Porque há nomes que chegam ao fim
Sempre que alguém lhes toca.

Limpos.
Quietos.
Perfeitos.


Duarte Temtem, in "o poema insone" magna editora

imagem de Scott Mackowen

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