JOÃO DE DEUS DE NOGUEIRA RAMOS, que ainda hoje se impõe na surpresa de muitos metros e rimas capazes, só eles, de nos fazer esquecer tanta «estrela», tanto «perfume», as «aves do céu», as «ondas do mar»...foi boémio, desenhador e tocador de viola em Coimbra (num curso de direito «tão demorado como a guerra de Tróia», compara o próprio), construtor sereno de uma posteridade encenada atrás das suas barbas de bondade, de um campo de flores, da Cartilha (maternal) onde soletraram, respeitosas, algumas gerações de portugueses.
Lisboa— que adversa foi ao poeta e a muito o obrigou, inclusivé a trabalhos de costura—fez-lhe uma Homenagem antes de ele morrer (não esquecendo o regresso a casa numa carruagem puxada a entusiasmo, por estudantes) e já morto ofereceu-lhe, de prémio, o Panteão dos Jerónimos.
Nasceu a 8 de Março de 1830 em São Bartolomeu de Messines, Algarve, e morreu a 11 de Janeiro de 1896 em Lisboa.

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