Um realizador teimoso e doente: Jean Vigo. Um produtor inexperiente e opinativo: Jacques-Louis Nounez. Um inverno difícil: Dezembro de 1933. Dois actores célebres: Michel Simon, que tinha acabado de se impor com "Jean de la Lune"de Jean Choux (1931) e "Boudu Sauvé des Eaux" de Jean Renoir (1932), e Dita Parlo, vedeta berlinense. Um terceiro protagonista (Jean Dasté), amigo de Vigo e também herói da sua média-metragem proibida, (proibido até 1945 devido à sua mensagem anarquista), "Zéro de Conduite" 1933. Um argumento minimalista, pudico e violento ao mesmo tempo: a esposa de um marinheiro que o troca por um vendedor ambulante. Um director de fotografia inspirado: Boris Kaufman (operador de câmera de Dziga Vertov). Um músico de talento: Maurice Jaubert (entre muitos outros trabalhou com François Truffaut). E uma obra-prima mítica: L'Atalante. Começa então a maldição deste filme. 5 de Outubro de 1934: Jean Vigo, extremamente esgotado pela rodagem e sofrendo septicemia, morre. Tinha apenas vinte e nove anos e deste filme não viu senão uma primeira montagem...

1 comentário:

ana marta disse...

Há anos que quero ver este filme. Gostava muito de o ter visto quando esteve na Cinemateca, no grande ecrã... mas isto de não viver na capital tem as suas desvantagens...
Acho que, finalmente, vou conseguir vê-lo este fim-de-semana.