ANOITECER

É como o sono que se aproxima, recolhendo
as suas asas,
ofuscante matéria do horizonte, algo assim,
pesado,
batendo na cara, na sua ardente solidão.

Em certas noites o vento canta.
No oásis cresce uma vegetação de pranto
e num porto sem luzes
aproximam-se as sombras da melancolia.
Um sino toca algures onde se enlouquece.
Procuro-te ainda, no interior da névoa,
no assombro das ilhas.


José Agostinho Baptista

imagem de Maggie Taylor

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