Soneto de fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinicius de Moraes
imagem de Shiori Matsumoto
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3 comentários:
"infinto enquanto dure", claro ... a carga de um fim anunciado, que há-de chegar num qualquer tempo. a ideia resulta como mecanismo de compensação, para não pensar o futuro. Mas tem o peso antecipado da tristeza do fim...
"Coração mais sem cuidado
Fez chorar de dor o seu amor
Um amor tão delicado
Ah, por que você foi tão fraco assim
Assim tão desalmado"
É sem dúvida magnífico, pelo que aconselho vivamente o recente documentário, "Vinicius"
deixei passar nos cinemas. mas aguardo anciosamente a saida para o mercado do dvd... está na minha lista de filmes a ver.
e esta passagem que aqui deixou é muito boa, a que poema pertence??
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