Não tem nome nenhum esta figura
que ainda agora tracei no quadro escuro
nem há lugar na terra onde fique
bem esse objecto que ninguém conhece.
Na história humana não há sinal disto
nem nos sacros anais da neuropsique;
declaram-se venais os tribunais
e vãos, de não saber em que consiste.
Para irritar o mundo, chamo-lhe amor,
às vezes; mas não quero
confundi-lo com outro, por mais puro.
Pouco importa o que escrevo, que interdito.
Um verso valerá por uma letra
e seremos duendes para sempre.

António Franco Alexandre in. "Duende" assírio & alvim
Imagem: Jenny Bird Alcantara

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