tag:blogger.com,1999:blog-20274472.post114132226077827636..comments2023-10-28T13:16:04.046+01:00Comments on o café dos loucos: miguel.http://www.blogger.com/profile/06458812103242733132noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-20274472.post-1141994370987885962006-03-10T12:39:00.000+00:002006-03-10T12:39:00.000+00:00Como se o abraço necessário de todas as manhãs fos...Como se o abraço necessário de todas as manhãs fosse um rio depressa,<BR/>marginal. <BR/>A chuva alterada dentro dos olhos <BR/>enquanto as nossas bocas encolhidas se protegem da saliva limpa.<BR/><BR/>Há sombras e razões para que a tua voz por vezes me soe verde.<BR/>E há também razões para que as árvores como as nossas veias se cansem<BR/>Do jugular andamento da terra. <BR/>Da fria mão invisível: inverno tornado amável no nicho do peito.<BR/><BR/>Percorro a distância inclinada da tua sombra ao imaginar<BR/>Os teus músculos brancos.<BR/>Dedos bússolas cotovelos e pernas tudo se revolta pelo que não foi dito<BR/>na gaiola do silêncio da noite. <BR/><BR/>Eu e tu. <BR/>Fantasmas deitados de pálpebras vigilantes.<BR/>Atingidos mortalmente na garganta.<BR/>Amígdalas de pedras cristalizando água; <BR/>Batendo o sal de costas que nenhuma morte compra.<BR/><BR/>E quando a mão por vezes se eleva mais alto que as cortinas do quarto<BR/>Para acordar o corpo,<BR/>Gritam aí as íris inflamadas, os silêncios remendados e as danças e valsas<BR/>valsas do sangue que o amor não ouve.<BR/><BR/>A distância entre nós cresce como tinta madura derramada nos lençóis: doce queda não sibilada.<BR/>Pergunto-te:<BR/>Serão de carvão edificados os meus dentes?<BR/>Terei eu a repulsa interna necessária para esperar<BR/>em ti o crescer dos cravos que detesto?<BR/><BR/>Guardo agora o nosso silêncio apetecido entre os dedos. <BR/>Lá fora, a tangerina engorda em chamas.<BR/>Começa a escutar-se a insanidade crescente da música que antecede o beijo.<BR/>O hálito de pomba, vagaroso, nascido a cada sílaba como um cometa num dia chuvoso.<BR/><BR/>Voltas-te para mim.<BR/>E do lastro do incêndio desenhado pelo teu corpo<BR/>Nasce a hesitação fulminante do branco. <BR/>O desvario das regras puras.<BR/>A folha de um poema crivada de pregos.Anonymousnoreply@blogger.com